Quinta-feira, 09 de julho de 2020
Pesquisadores
da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) buscam evidências de remédio natural
para Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). O estudo é
fruto do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da estudante de Ciências Agrárias
aluna Roberta de Lima, no campus III, em Bananeiras, no Brejo paraibano.
De acordo com
Marcos Barros, orientador do estudo, o trabalho tem o intuito de compreender se
o uso concomitante e/ou preventivo de plantas medicinais e aromáticas podem
interferir na transmissão e no quadro clínico antes, durante e após a infecção
pelo novo coronavírus.
A ideia é
encontrar evidências para criar um remédio natural que amenize os sintomas,
melhorando o quadro sintomatológico ou diminuindo os efeitos maléficos do
vírus, estimulando a imunidade do paciente e eficácia no combate à doença.
“Queremos
procurar informações e conhecimentos relacionados ao emprego de ervas
medicinais e aromáticas, a partir da criação de uma bases de
dados correlacionada ao contexto da Covidd-19”, afirma Marcos Barros.
Se forem
encontrados indícios, eles serão apresentados à comunidade científica, aos
governos e à sociedade, a fim de formular estratégias para o emprego de plantas
medicinais e aromáticas no enfrentamento da enfermidade. “Essas estratégias
poderão resultar em alguma medida comunitária concreta que sirva para mitigar
os efeitos maléficos da doença, evitar mais transmissões, reduzir os impactos
do surto e apoiar medidas de controle”.
Roberta de Lima
defende que a pesquisa é importante, uma vez que poderá contribuir com a
ciência. “Visamos outras alternativas para o tratamento da Covid-19, como o uso
de fitoterápicos. Ou seja, queremos saber qual o tipo de planta e formulação
foram usados e se houve alguma melhora depois do uso”, conta a pesquisadora.
Os resultados
da pesquisa poderão ser centrais no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Poderemos conceber tratamentos por meio do Programa Práticas Integrativas e
Complementares em Saúde (PICS), que trabalha com técnicas que envolvem a
fitoterapia, acupuntura, aromaterapia, homeopatia, entre outras etnociências
que são importantes para o desenvolvimento de remédios e de cura de muitos
males humanos”, argumenta o professor Marcos Barros.
As
contribuições de qualquer adulto brasileiro podem ocorrer por meio do
preenchimento e envio de questionário on-line, que reúne perguntas sobre a
história de vida, saúde, hábitos e o uso ou não de plantas medicinais. O objetivo é agrupar pelo menos mil respostas.
Conforme os
pesquisadores, quanto maior o número de voluntários por estado, maior será a
segurança e fidelidade das informações coletadas com a realidade, permitindo,
assim, um nível de garantia estatística e menor margem de erro.
A pesquisa será
efetuada durante este mês de julho. Antes de empreender alguma análise
detalhada, serão verificadas a consistência e a integridade das respostas.
Serão comparados o grupo de portadores e não portadores do novo coronavírus.
“Esperamos que
nossa pesquisa resulte em informações significativas e que motive a realização
de trabalhos científicos de base, no âmbito da iniciação científica e da pós-graduação”,
diz Marcos Barros.
O estudo está
sendo realizado no Laboratório Clínica Fitossanitária e Etnomedicina, que
desenvolve pesquisas para o desenvolvimento de produtos defensivos naturais
para plantas e animais e preparados homeopáticos como fitoterápicos para o uso
humano em comunidades rurais.
Também
participam do estudo os pesquisadores Natanaelma Silva, Maria Veronica Lins,
Elisandra Ribeiro, Viviane de La Rocca e Renata da Silva.
Ascom/UFPB
Foto: Arte: Secom/PGR
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