Quinta-feira,
16 de abril de 2020
Muitas notícias
falsas trazem o nome da Fiocruz como fonte.
Pesquisa
desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostra que 73,7% das
informações e notícias falsas sobre o novo coronavírus circularam pelo
aplicativo de troca de mensagens WhatsApp. Outros 10,5% foram publicadas no
Instagram e 15,8% no Facebook.
Os dados fazem
parte de trabalho das pesquisadoras da Escola Nacional de Saúde Pública
(Ensp/Fiocruz) Claudia Galhardi e Maria Cecília de Souza Minayo, com base nas
notificações recebidas entre os dias 17 de março e 10 de abril pelo aplicativo
Eu Fiscalizo.
Segundo Claudia
Galhardi, a partir de 17 de março o aplicativo registrou aumento significativo
de denúncias de fake news relacionadas à área de saúde. “Recebemos denúncias de
diversas fake news circuladas no WhatsApp, principalmente, mas também no
Facebook e no Instagram. São publicações
pessoais, como “não acredite no coronavírus”, coisas assim.”
A pesquisadora
disse que contabilizou cerca de 30 notificações relacionadas à covid-19. “As
mídias digitais têm sido muito utilizadas. Circulam muitas notícias falsas
sobre receitas caseiras, álcool produzido em casa, inclusive usando o nome da
Fiocruz como fonte da informação, como se a orientação fosse da fundação ou de
outras instituições”, afirmou.
Do total de
notícias falsas sobre o coronavírus que circularam pelo WhatsApp, 71,4% citam a
Fiocruz como fonte. No Facebook, as atribuições à instituição de pesquisa caem
para 26,6%. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas
para a Infância (Unicef) somam 2% das instituições citadas como fonte das
informações falsas.
Os dados
obtidos até o momento estão sendo organizados e, até o início de maio será
lançado um relatório detalhando os tipos de fake news, se são mentiras
inventadas ou informações distorcidas, informou a pesquisadora da Fiocruz.
Aplicativo
O aplicativo Eu
Fiscalizo é um meio pelo qual os usuários podem notificar conteúdos impróprios
em veículos de comunicação, mídias e redes sociais. A ferramenta foi lançada no
dia 10 de fevereiro como projeto de pós-doutorado de Claudia Galhardi, com a
supervisão da pesquisadora Cecília Minayo.
Por meio da
ferramenta, o usuário pode notificar conteúdos que violem os direitos das
crianças e adolescentes ou que propaguem fake news. São aceitas denúncias de
peças veiculadas por TV aberta ou por assinatura, serviço de streaming, jogos
eletrônicos, cinema, espetáculos, publicidade e mídias sociais.
“O aplicativo
recebe notificações, mensagens, sugestões, elogios e denúncias de conteúdos nocivos
nos meios de comunicação, entretenimento e mídias sociais. Podem denunciar
conteúdos com relação a cenas de sexo, de violência. Incluímos publicidade, com
a preocupação com o público infantil, a proteção em relação a publicidades
enganosas e persuasivas.”
O aplicativo
permite o envio de foto, vídeos e mensagens de texto e está disponível na
Playstore e Apple Store.
Akemi Nitahara/Agência
Brasil
Foto ilustrativa da internet
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