Terça-feira, 21
de abril de 2020
Um estudo desenvolvido
pelo Laboratório de Psicologia da Mídia da Universidade Federal da Paraíba
(UFPB) busca compreender o nível de confiança nas informações sobre a Covid-19
e como elas podem afetar o psicológico das pessoas durante a pandemia.
“A ideia da pesquisa
surgiu há pouco tempo, com a observação de como a informação e sua procedência
estão alterando a postura das pessoas no cumprimento das recomendações de
enfrentamento à Covid-19”, conta a pesquisadora Isabella Leandra, que trabalha
em parceria com o doutorando Tailson Evangelista.
Os dados da pesquisa
oferecerão subsídios para analisar que meios de comunicação estão sendo mais
utilizados para se informar acerca do novo coronavírus. O questionário
utilizado mede o nível de informação acerca do vírus, buscando entender quais
são as questões que causam mais dúvidas e o que pode ajudar a direcionar
campanhas de prevenção mais eficazes.
De acordo com a mestranda,
entender o comportamento das pessoas durante a pandemia auxilia no
questionamento de como alcançar mais indivíduos utilizando caminhos que sejam
apropriados para o momento que estão passando.
“Isso mostra que a
psicologia pode auxiliar na pandemia não só estando na linha de frente,
fornecendo assistência em saúde mental, mas também pesquisando e compreendendo
os fatores psicossociais do contexto atual”, avalia Isabella.
A pesquisa está em seu
processo inicial, mas já contem informações relevantes. Por exemplo, algumas
das principais confusões acerca da pandemia são que muitas pessoas ainda
acreditam que apenas idosos compõe o grupo de risco e que as vitaminas C e D
são formas confirmadas de prevenção do contágio.
Além disso, possuir mais
informações sobre a Covid-19 parece ter relação com confiança nos profissionais
da saúde. Por outro lado, um dado preocupante, considerando a saúde mental, é
que os mais jovens parecem estar experimentando mais emoções negativas
(nervosismo, medo) nesse período.
“Diante disso, iniciativas
que se apropriam da internet são importantes para falar de saúde física e
mental, durante uma época difícil para todos nós. Inclusive foi graças ao
ambiente virtual que essa pesquisa pôde ser realizada, alcançando pessoas de
outras regiões, além do Nordeste”, relata Isabella.
Ainda são necessárias
análises mais detalhadas, mas o apanhado inicial já mostra o quanto não só o
acesso à informação, mas a formação de uma relação positiva entre a sociedade e
os profissionais pode ser significativa para o enfrentamento à pandemia, até
mesmo contribuindo para o bem-estar psicológico.
Pode participar do estudo
qualquer brasileiro que resida no país e que tenha idade acima de 18 anos, por
meio do preenchimento e envio de questionário online. O objetivo da pesquisa é
terminar a coleta de dados na próxima semana, justamente para disponibilizar os
resultados o mais rápido possível para o público e gestores da saúde.
“Alguns autores já
destacam a importância do acesso à informação na pandemia, sobretudo como a
informação é essencial não só para seguirmos as estratégias de prevenção
adequadamente, mas também para inibir o pânico coletivo e comportamentos
relacionados a ele, como o estoque de alimentos”, argumenta Isabella.
ASCOM UFPB
Foto reprodução internet
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