Sexta feira,
14 de setembro de 2018
O Brasil
ficou estagnado no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) divulgado
pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) nesta sexta-feira
(14). É o terceiro ano seguido que o país mantém a 79ª posição no levantamento,
que analisou 189 países. A situação é pior quando se fala, exclusivamente, de
desigualdade: o Brasil cai 17 posições (veja detalhes mais abaixo).
Medido
anualmente pelo Pnud, o IDH vai de 0 a 1 – quanto maior, mais desenvolvido o
país – e tem como base indicadores de saúde, educação e renda. Neste ano, o
Brasil alcançou o IDH de 0,759, com uma pequena melhora em relação ao ano
passado, de 0,001.
Na
classificação da ONU, o Brasil segue no grupo dos que têm “alto”
desenvolvimento humano. A escala classifica os países analisados com IDH “muito
alto”, “alto”, “médio” e “baixo”.
Expectativa de vida, escolaridade e
renda
A melhora no
IDH brasileiro é percebida nos índices de saúde e renda. Já os números que
dizem respeito à educação se mantiveram os mesmos. Desde 2015, o país está
parado no levantamento que mede a expectativa dos anos de escolaridade dos
cidadãos (15,4). A média de anos de estudo do brasileiro também é a mesma de
2016 (7,8).
A “média de
anos de estudo” representa o tempo de educação que pessoas de 25 anos ou mais
têm no país – isto é, um indicador que é mais impactado pelas gerações
anteriores. Já os “anos esperados de escolaridade” indicam a expectativa de
estudo de uma criança que ingressa hoje no sistema de ensino. Ou seja, o
brasileiro que se matricula atualmente numa escola deverá estudar, em média,
15,4 anos.
Outro item
analisado para o levantamento do IDH é a esperança de vida ao nascer. A
expectativa de vida dos brasileiros passou de 75,5 anos, em 2016, para 75,7.
A renda
nacional bruta (RNB), dimensionada em dólares, teve um salto de US$ 13.730 para
US$ 13.755. O número, porém, ainda não alcançou o valor de 2015, quando a RNB
era de US$ 14.350.
Desigualdades
O Pnud também
avaliou, em 151 países, o IDH “ajustado às desigualdades”. Este índice mede a
perda do desenvolvimento humano devido à distribuição desigual dos ganhos do
IDH.
Quando esse
índice é avaliado, o Brasil perde 17 posições no ranking mundial e despenca de
0,759 para 0,578- – este índice, por si só, colocaria o Brasil na categoria de
“médio” desenvolvimento. Isso representa uma queda de 23,9% do IDH. Entre os
países da América do Sul, o Brasil é o terceiro país que mais perde
percentualmente neste índice, atrás do Paraguai (25,5%) e da Bolívia (25,8%).
O Pnud
estabelece um índice separado para três dimensões de desigualdade nos países.
No caso do Brasil, o pior índice fica com a má distribuição de renda (0,471),
seguida da desigualdade na educação (0,535) e na expectativa de vida (0,765).
Os cinco
primeiros países com desenvolvimento humano classificado como “muito alto”
também perdem posições no IDH quando são avaliadas as desigualdades – Noruega
(-1), Suíça (-2), Austrália (-4), Irlanda (-7) e Alemanha (-2).
América do Sul e Brics
O Brasil tem
o 5º melhor IDH entre os países da América do Sul, atrás de Chile (0,843),
Argentina (0,825), Uruguai (0,804) e Venezuela (0,761).
Se comparado
aos países que fazem parte do Mercosul, o Brasil só fica na frente do Paraguai
(0,702), na 110º posição do ranking mundial.
Na comparação
com os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o Brasil
tem um IDH menor que o da Rússia (0,816), que está na 49º lugar no ranking.
A China vem
atrás (IDH 0,502, excluída Hong Kong) na 86ª posição, seguida pela África do
Sul (0,618), em 113º lugar e, por fim, Índia (0,427), na 130ª colocação.
Gênero
O Pnud faz
dois levantamentos para avaliar as disparidades e desigualdades entre homem e
mulher.
O Índice de
Desenvolvimento de Gênero, que traz os mesmos indicadores do IDH com separação
por sexo em 164 países, mostra que as brasileiras estão melhores na maioria dos
indicadores no que diz respeito à saúde e ao estudo. O grande gargalo, porém, é
a renda nacional bruta per capita comparada a dos homens.
Apesar de as
mulheres terem mais anos esperados de escolaridade (15,9 frente a 14,9 dos
homens) e maior média de anos de estudo (8 anos contra 7,7 nos homens), a renda
nacional bruta per capita da mulher é 42,7% menor que a do homem. Em dólares, este
valor equivale a US$ 10.073 contra US$ 17.566 para os homens.
No Índice de
Desenvolvimento de Gênero, os países são divididos em grupos de 1 a 5 – sendo
este último o de maior desenvolvimento. Como as mulheres têm números mais altos
em quase todos os indicadores, o Brasil é avaliado na melhor categoria, a do
grupo 1.
Porém, o
Índice de Desigualdade de Gênero, calculado em 160 países e focado na situação
da mulher no país, mostra o Brasil na 94ª posição. O índice, neste caso, é de
0,407 numa escala de 0 a 1 – ao contrário do IDH, porém, o país está melhor
posicionado quanto mais próximo do zero.
Aqui, o Pnud
destaca que as brasileiras ocupam 11,3% das cadeiras do Congresso Nacional. O
resultado é o pior da América do Sul e o terceiro pior da América Latina, atrás
somente de Belize (11,1%) e das Ilhas Marshall (9,1%). Além disto, este
indicador é ainda pior que o do país com o menor IDH do mundo, o Níger (17%).
Outro
indicador do Pnud mostra que uma mulher brasileira gasta em média 4,3 vezes
mais do seu tempo em trabalhos domésticos e de cuidados do que os homens. Cerca
de 13,3% do tempo delas é dedicado a esta atividade não remunerada, enquanto os
homens gastam cerca de 3,1% do tempo deles.
Essa
comparação é maior do que em países vizinhos, como o Chile (onde as mulheres
gastam 2,2 vezes mais do seu tempo nessas tarefas do que os homens), Argentina
(2,5), Uruguai (2,4) e Paraguai (3,4).
G1
Foto
reprodução G1
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