Sábado, 11 de
agosto de 2018
Em casa desde
o dia 2 de julho, depois de um ano e quatro meses internado por conta de um
Acidente Vascular Cerebral (AVC), Arlindo Cruz vem recebendo todos os cuidados
necessários para a sua recuperação. Babi, a mulher do sambista, diz que os
gastos, atualmente, são altos: ele necessita de assistência 24 horas e é
acompanhado por uma equipe integrada por enfermeiro, cuidador, massoterapeuta,
fonoaudiólogo e fisioterapeuta, além de um clínico e um neurologista.
A agenda
de shows de Arlindinho, filho mais velho que tomou a frente do escritório do
artista, vai bem, mas a família pouco pode contar com a verba referente aos
direitos autorais das quase 800 composições de Arlindo — segundo Babi, no
Brasil, a burocracia é complicada. Assim como com alguns amigos, que se
afastaram...
— A gente não
tinha estrutura financeira para aguentar o que aguentou. Estamos num momento de
aperto, mas com certa organização vamos vivendo um dia de cada vez. Eu perdi
conhecidos que considerava amigos e ganhei amigos que não conhecia. Não cito
nomes, mas acho importante falar. Entendo que todo mundo tem que seguir com sua
vida, mas tive decepções com quem eu mais achei que poderia contar — desabafa a
empresária, de 47 anos.
Acomodado
numa cadeira de rodas durante o dia, Arlindo pouco movimentava a cabeça. Mas
seu olhar comunica um alento por estar entre os seus.
— Ele adora
ver futebol! Assistiu aos jogos da Copa do Mundo e se emocionou todas as vezes
em que tocaram os hinos do Brasil e da França, os países que ele ama — relata
Babi, que atualmente compara o marido a um bebê, ao citar suas reações: — Ele
fala mesmo é com os olhos. Mas a boca já solta umas sílabas quando a gente
pergunta alguma coisa.
Flora
comemora uma interação recente com o cantor e compositor:
— Perguntei:
“Pai, você me ama?”. Ele fez o maior esforço e respondeu: “Amo!”. Aí eu pedi um
beijo, e ele me deu um estalado!
A
musicoterapia, acrescenta Babi, tem sido uma grande aliada na evolução da saúde
do artista:
— Arlindo
ouve música o tempo todo. Ligo o som bem alto e sambo, brincando com ele.
Coloco para tocar James Brown, para ele se lembrar da adolescência, quando
usava black power, e Nana Caymmi, voz feminina que ele tanto ama. Também
preparei uma coletânea de canções francesas, de que ele sempre gostou e usava
as melodias como base de estudo para compor seus sambas. Na hora em que vai
dormir, coloco mantras de cura, bom sono, renovação de energia... A música tem
poder de cura, mexe muito com o emocional.
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O sambista cercado pela família: os filhos Flora e Arlindinho e a mulher, Babi |
Naiara Andrade/Extra
Online
Foto: Emily Almeida/Extra
Online
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