Segunda
feira, 16 de julho de 2018
Alguns bares,
restaurantes e lanchonetes de Campina Grande deixaram de usar a água da
torneira para a produção alimentos. A mudança tem ocorrido desde junho, depois
que foram percebidas alterações no sabor e cheiro da água que vem do açude
Epitácio Pessoa, conhecido como açude de Boqueirão. Para a produção, parte dos
estabelecimentos tem usado água mineral.
Apesar de não
existir nenhuma orientação formal, a informação foi confirmada pelo presidente
do Sindicato do Hotéis, Bares e Restaurantes de Campina Grande, Divaildo
Bartolomeu Júnior. Ele explicou que as mudanças na água também refletiram nos
alimentos.
“Não existe
uma orientação do sindicato. Mas a gente tem conhecimento que estão mudando,
justamente pra não refletir nos alimentos servidos. No meu restaurante, por
exemplo, de imediato percebi uma mudança no gosto do café. Na época, pensei que
fosse a caixa d'água e mandei fazer uma limpeza. Depois descobri que o problema
é realmente na água de Boqueirão”, disse ele.
Segundo o
sindicato, apenas as franquias determinaram que as unidades usassem água
mineral para a produção de refrigerantes de Fast Food, que são feitos na hora.
“Por ter um padrão, as franquias tiveram essa orientação. Os demais estão
mudando por conta própria e bom senso”, disse o presidente do Sindicato.
Com a mudança
no uso da água, o presidente do Sindicato também comentou que a troca da água
da torneira pela água mineral também aumenta o custo da produção. As alterações
no sabor e cheiro da água foram confirmadas pela Companhia de Água e Esgoto da
Paraíba (Cagepa) que é responsável pelo tratamento e distribuição da água de
Boqueirão para a população de Campina Grande e outros 18 municípios.
A Cagepa
informou que, depois dos relatos dos consumidores, abriu um processo de
investigação para identificar o motivo da alteração na água. Após análises
feitas dentro da companhia em parceria com laboratórios da Universidade
Estadual da Paraíba (UEPB), a Cagepa confirmou alterações.
Segundo o
coordenador da Cagepa, Ronaldo Menezes, a maior alteração foi percebida na
presença de geosmina, uma substância, que, segundo os técnicos, está sendo
liberada pelas algas. Apesar disso, a Cagepa garante que as alterações não
tornam a água imprópria para o consumo, nem causa prejuízos à saúde, podendo
ser consumida.
Para
neutralizar o problema, a companhia alterou a captação e o tratamento da água
que é distribuída e também realizou uma manutenção no principal reservatório
elevado da cidade de Campina Grande, que fica no bairro Santa Rosa, na
expectativa é de que água volte ao normal nos próximos dias.
G1 PB
Foto reprodução
G1 PB
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