Sexta feira,
06 de abril de 2018
O Operador
Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou hoje (6) que o apagão que atingiu
70 milhões de pessoas no Norte e Nordeste, em 21 de março, foi causado por uma
falha humana. Segundo a primeira versão da nota técnica elaborada pelo órgão,
havia um ajuste de proteção indevido no disjuntor da Subestação Xingu, no Pará.
Segundo o
diretor-geral, Luiz Eduardo Barata, a empresa Belo Monte Transmissão de Energia
(BMTE) não informou ao ONS que havia estabelecido o limite de segurança no
disjuntor. Como desconhecia o ajuste, o operador determinou a passagem de uma
carga superior ao limite, e o sistema interrompeu a circulação de corrente
entre os dois lados da subestação, causando um excesso de geração de energia
elétrica de um lado e falta do outro.
"A falha
é humana, porque alguém programou o ajuste, e esse ajuste foi um ajuste
indevido", explicou Barata.
Quando o
disjuntor interrompeu o fluxo entre os dois lados da subestação, toda a energia
que chegava da Usina de Belo Monte, e que deveria seguir para o Nordeste,
permaneceu na Região Norte, causando uma geração acima da necessária. O
Nordeste, que nesta época do ano recebe a energia de Belo Monte para compensar
a menor geração eólica, ficou com menos geração do que carga.
O problema
desequilibrou o sistema e gerou o desligamento em cascata, que apagou 98% das
linhas de transmissão do Nordeste e 86% do Norte. Das 480 linhas de transmissão
nas duas regiões, 458 saíram do sistema.
A abertura do
disjuntor se deu às 15h48, e em questão de segundos os sistemas de energia
elétrica do Norte, Nordeste e Sudeste/Centro-Oeste se separaram.
A
recomposição do sistema começou na Região Norte por volta de dez minutos depois
do incidente, e foi concluído às 17h50. Na Região Nordeste, a recomposição teve
início às 16h16 e só foi concluída às 21h25.
Um problema
adicional fez o blecaute tomar dimensão maior na região Nordeste: duas unidades
na Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso, na Bahia, foram desligadas por
descoordenação no sistema de proteção.
O
desligamento ocorreu depois que a frequência do sistema já havia sido
normalizada no Nordeste, derrubando-a novamente, o que ativou a proteção de
usinas térmicas na região e também as desligou.
O relatório
foi encaminhado aos agentes envolvidos, incluindo a empresa Belo Monte, e,
dentro de 15 dias, no máximo, a versão final será apresentada à Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel). É a agência reguladora que vai
responsabilizar e definir possíveis punições aos envolvidos.
Segundo o
ONS, o problema que originou o blecaute já foi solucionado. A Subestação de
Xingu passou a ter dois disjuntores desde o fim de semana posterior ao apagão,
e eles funcionam com um sistema de alarmes, em vez de desligarem em caso de
possibilidade de sobrecarga.
Agência Brasil
Foto reprodução Agência Brasil
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