Segunda feira, 08 de janeiro de 2018
Rio - Fraudadores têm feito do WhatsApp um meio para
aplicar golpes. Nos últimos meses, mensagens oferecendo vantagens que vão desde
saque de cota do FGTS a promoções em redes de fast-food e em lojas de
cosméticos têm invadido o aplicativo. Especialistas alertam que os usuários
devem desconfiar e não clicar nos links. As promessas são falsas e expõem as
pessoas a sérios riscos.
Uma das mensagens, no mínimo, atraente diante de um
universo de 12,4 milhões de desempregados, é puramente enganosa. Nela é
oferecida a cotistas do FGTS a oportunidade de sacar R$1.760. Houve mais de 600
mil compartilhamentos.
Outra oferece cupons de desconto em promoções
"imperdíveis". As mais conhecidas são de O Boticário e do Burger
King, sem contar nas passagens aéreas gratuitas da viação Gol.
Fuja! É golpe não é boato! A dica de especialistas é uma
só: não clique e não compartilhe. As mensagens podem conter um programa espião
(malware) que será instalado no telefone sem que o usuário saiba e roubará
dados pessoais, logins, senhas, fotos e etc.
"Desconfie sempre de ofertas de dinheiro que pode
entrar no bolso de forma fácil", alerta Camillo Di Jorge, especialista de
segurança da informação da Eset no Brasil. "Não clique nem mesmo abra
mensagens suspeitas. Além disso, para proteger amigos e parentes, não
compartilhe publicações deste tipo. Mesmo não realizando a propagação de um
malware, esses ataques podem causar prejuízos financeiros às vítimas",
diz.
MODUS OPERANDI
Em todas as mensagens, seja de cupom ou de anúncios, a
premissa é que para receber o benefício o usuário precisa compartilhar a
mensagem. Normalmente o link leva o usuário a página de cadastro. Nela são
pedidos dados pessoais e outras informações.
O especialista informa que a intenção primária do golpe é
redirecionar audiência a aumentar o número de cliques em páginas, o que dá
dinheiro, mas é possível usar dados de vítimas para fazer cadastros em serviços
pagos, o que gera receita para os cibercriminosos. Isso ocorre porque o tal
site direciona a algumas páginas de downloads de outros aplicativos. E é
justamente nele que o programa espião está escondido. Depois de instalado, ele
"faz a limpa".
Há outros casos em que o site pede para o usuário
preencher o número do celular. Uma vez informado, é registrado em serviços que
descontam valores semanais (como R$ 3,99, R$4,99) do plano. O que acaba com os
créditos.
Para evitar armadilhas, Roney Belhassof, especialista em
cibercultura, orienta que antes de clicar ou compartilhar, busque fontes
conhecidas e confiáveis sobre o que recebe. "Infelizmente é tarefa bem
difícil já que a internet é uma nuvem... Aliás, neblina densa", diz.
Atenção ao instalar aplicativos pode evitar a entrada de
malware é o que recomenda Marcio Beck, jornalista e editor de conteúdo web.
"Sempre que baixar, verifique se as permissões (acesso a contatos,
localização) são compatíveis com a função do aplicativo", orienta.
"Caso se arrependa, as permissões podem ser gerenciadas na função
"Aplicativos" nas configurações", diz.
Especialistas orientam
como não ser mais uma vítima do cibercrime
Ninguém está livre de ser vítima de golpe, mas seguindo
algumas dicas é possível ficar longe das garras de cibercriminosos. De acordo
com Roney Belhassof, algumas sugestões (que ele passou para a própria mãe,
inclusive) são: use o WhatsApp somente para falar com amigos e amigas;
desconfie de tudo que não for escrito pela pessoa que te mandou a mensagem,
pergunte sempre para um amigo "fera" na internet se a busca no Google
também der resultados estranhos, no WhatsApp ou fora dele sempre busque
confirmação das notícias em veículos conhecidos e confiáveis. Uma outra dica
muito importante é para usar o bom senso. "Essa notícia é verossímil? Já
viu acontecer parecido? Tem algum furo, algum ponto que te deixa com a pulga
atrás da orelha?", orienta Belhassof.
"Os mais velhos são os que mais têm dificuldade
porque a internet é como um novo continente sendo descortinado. A internet é
como chegar em um país novo com uma cultura muito diferente da nossa ou como
chegar a uma festa onde não conhecemos ninguém e precisamos observar e entender
como funcionam os papos e as interações entre as pessoas", diz.
Uma outra possível porta de entrada para vazar dados são
os "testes" no Facebook, brincadeiras como a de ver quem vai ser seu
par, ou compatibilidades. O alerta é de Marcio Beck.
"Toda vez que o usuário clica em compartilhar o
resultado dos testes permite acesso para aquela determinada página publicar em
seu nome. O que é diferente de compartilhar um link que algum amigo
postou", aponta. "Para ter permissão para publicar, a página precisa
ter acesso ao perfil do usuário e ninguém esclarece muito bem qual a
profundidade desse acesso", diz o editor de conteúdo web.
Saiba avaliar se a
mensagem de texto é segura
Normalmente as mensagens que vêm com "algum
brinde", além de pedir que encaminhe para conhecidos, clicar em um link
para obter vantagem, também costumam ter os seguintes problemas: erros
ortográficos ou gramaticais; pedem que encaminhe número de telefone, cartão de
crédito, conta bancária, data de aniversário e senhas; além de pedir que a
vítima clique em um link específico e ative um novo recurso.
A orientação do próprio WhatsApp é para, quando receber
uma mensagem de um número desconhecido (ou ainda não cadastrado na sua agenda),
reportar este mesmo número como spam diretamente no aplicativo, segundo
informações do site TechTudo.
No caso de receber uma mensagem de spam de um de seus
amigos ou familiares, a orientação ao aplicativo é: apagar a mensagem, não
clicar em nenhum link e não fornecer nenhuma informação pessoal. "Informe
ao seu contato que o conteúdo da mensagem que ele enviou para você é, na
verdade, spam e o direcione para a página de segurança
(faq.whatsapp.com)", completa.
Mesmo incentivando o usuário a enviar o conteúdo de
correntes ao suporte, o WhatsApp não possui uma política clara do que faz com
as denúncias depois que elas são enviadas ao app, informa o TechTudo.
"Tenha em mente que, geralmente, nós não possuímos o conteúdo da mensagem
disponível para nós, justamente para garantir a segurança e confidencialidade
de suas mensagens", diz o documento do FAQ.
O WhatsApp informou que todas as solicitações são
analisadas, inclusive por pessoas que falam português. Ainda segundo a empresa,
o WhatsApp também pode banir temporária ou definitivamente um usuário e essa
análise é feita caso a caso. Caso isso ocorra, o usuário verá a seguinte
mensagem: "O seu número de telefone está proibido de usar o WhatsApp.
Entre em contato com suporte para obter ajuda".
O Dia
Foto ilustrativa da
internet
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