A revista
“Veja”, em reportagem de capa desta semana, aponta o deputado federal Jair
Messias Bolsonaro, pré-candidato a presidente da República, como uma ameaça à
democracia brasileira em virtude das suas ideias extremistas e do discurso
insultuoso.
O
presidenciável já tem o apoio de 30 milhões de brasileiros e consolida-se em
segundo lugar nas pesquisas. A mais recente pesquisa do instituto Datafolha
mostra que ele está com 17% das intenções de voto, no primeiro turno, atrás
apenas do líder de sempre, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com 35%.
Os números indicam que se o petista desistir ou for impedido de concorrer por
motivos penais, Bolsonaro é hoje o candidato com maior chance de assumir a
liderança.
Em texto que
escreveu na “Veja”, a repórter Ana Clara Costa informa que Bolsonaro talvez
seja a maior ameaça que o Brasil já enfrentou no atual ciclo democrático. Seu
desempenho é favorável entre os jovens na faixa de 24 a 32 anos, do sexo
masculino, com renda acima de cinco salários mínimos, que residem em cidades com
mais de 50 mil habitantes das regiões Sudeste e Nordeste. Isso mostra que o
grosso do seu público não viveu sob a ditadura militar e pertence a um segmento
de classe média. Não é o pedaço mais expressivo do eleitorado brasileiro, mas
já reúne entre 20 milhões e 30 milhões de pessoas, dependendo dos nomes que
aparecem na cédula.
Capitão
reformado do Exército, ele é chamado na corporação de “bunda suja”, termo usado
pelos militares de alta patente para designar os que não galgaram posições na
carreira. Tem um histórico de insubordinação que a alia hierarquia não esquece.
Em nome das suas posições, Bolsonaro já foi classificado de quase tudo:
homofóbico, racista, xenófobo, misógino, fascista. Ele não oferece aos seus
eleitores um conjunto concatenado de ideias, não articula uma visão do Estado
nem se alinha com nenhuma escola econômica. “Sou ignorante em economia”,
confessa.
Em 1986,
Bolsonaro escreveu um artigo em “Veja” reclamando dos salários e benefícios dos
militares. No ano seguinte, uma reportagem de “Veja” revelou que ele urdira um
plano para explodir bombas em locais públicos e chamar a atenção do Exército
para o pleito de aumento do soldo militar. Um processo foi aberto para
investigar o caso e Bolsonaro foi absolvido pelo Superior Tribunal Militar,
numa decisão que ainda é contestada. Mas as marcas do episódio ficaram nos arquivos
do Exército, onde Bolsonaro é tido como um militar dado a “proselitismos
políticos”.
Na semana
passada, ele foi condenado por mais uma ofensa – desta feita, contra os
quilombolas. Em abril, numa palestra no Clube Hebraica, no Rio de Janeiro,
rememorou uma visita a um quilombo e disse que “afrodescendente mais leve por
lá pesava 7 arrobas”. E acrescentou: “Não fazem nada. Eu acho que nem para
procriadores eles servem mais”.
A juíza Frana
Elizabeth Mendes, da Vara Federal do Rio, que o condenou a pagar 50 mil reais,
deu-lhe um pito público: “Política não é piada, não é brincadeira”. E
acrescentou que um parlamentar tem o dever de assumir uma postura mais
respeitosa com relação aos cidadãos. Entre os ídolos declarados de Bolsonaro
estão expoentes da ditadura e ativistas de extrema direita que acreditam que o
Brasil está na iminência de ser tomado por comunistas.
Radicado nos
Estados Unidos, o filósofo Olavo de Carvalho é o guru dos ultraconservadores e
diz que não houve ditadura no Brasil. Ele é consultor informal de Bolsonaro
para assuntos externos. O general Newton Cruz, outro ídolo de Bolsonaro, foi
chefe do famigerado SNI e ex-comandante militar do Planalto. Foi réu na ação
penal do atentado do Riocentro. Para Bolsonaro, o militar é “uma inspiração”. Enfim,
o coronel Carlos Brilhante Ustra, ex-chefe do DOI-Codi, que foi
responsabilizado por torturas cometidas no regime militar, é tido por Bolsonaro
como “um herói”.
Os
Guedes
Fotos
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