O programa de cisternas da Articulação Semiárido
Brasileiro (ASA) recebeu prêmio Política Para o Futuro como segunda melhor
iniciativa para combater desertificação no mundo.
Antes a gente plantava
só um canteiro. Depois da cisterna, nossa vida mudou, a gente planta de tudo”.
Fátima Fernandes de Barros mora na zona rural de Massaranduba, no Agreste da
Paraíba, desde que nasceu, mas somente a partir de 2003 passou a ter água
suficiente para beber e plantar o ano todo. Foi a partir dos projetos de
cisternas da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) que Fátima e mais de 350
mil pessoas na Paraíba saíram do risco hídrico.
Os Programas 1 Milhão de
Cisternas (P1MC) e Uma terra e Duas Águas (P1+2) coordenados pela ASA e
financiados pelo governo federal receberam uma premiação internacional na
segunda-feira (11). O programa de cisternas da ASA foi reconhecido pelo prêmio
Política para o Futuro (Future Policy Award) como segunda melhor iniciativa do
mundo para se combater a desertificação do solo e suas graves consequências
sociais.
De acordo com Glória
Batista, da ASA Paraíba e da Coordenação Nacional da ASA, a iniciativa tem
ajudado a região do semiárido paraibano, em especial a microrregião do Seridó,
a mais afetada pela desertificação segundo estudos. Ela contou que a iniciativa
permitiu que as pessoas vivessem com água em regiões que não chove há cinco
anos.
“O reconhecimento é uma prova de que é
possível a política de convivência no Semiárido. Os programas têm deixado o
Semiárido paraibano, sobretudo, mais vivo. Estamos fazendo com que as pessoas
possam viver onde elas nasceram”, comemorou a coordenadora da ASA na Paraíba.
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Cisternas são instaladas em casas na zona rural do Semiárido nordestino (Foto: Roberta Guimarães/Ascom ASA) |
Segundo dados repassados
pela ASA, foram construídas ao longo do funcionamento dos programas P1MC e P1+2
mais de 77,9 mil cisternas de água para consumo humano e 9,5 mil cisternas de
água de produção, destinada para consumo animal e produção agrícola. As
cisternas construídas com insumos do governo federal beneficiam 350.618
paraibanos, ainda conforme dados da ASA.
No caso da agricultora
Fátima Fernandes de Barros, o sítio Canta Galo, administrado por ela foi
contemplado tanto com a cisterna para consumo, quanto para criação de animais e
produção de alimentos. Fátima relata que com a água das cisternas consegue
manter a cultura de vários tipos de folhas e ainda criar galinhas e porcos.
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Mais de 87 mil cisternas de água para consumo e produção estão instaladas na Paraíba (Foto: Reprodução/asabrasil.org.br) |
“A gente produz coentro,
couve, alface. Não é quantia grande, mas a gente produz o ano todo. As
cisternas mudaram a nossa vida. Nasci na zona rural e gosto de viver no sítio.
Só vou na cidade para comprar alguma coisa, mas minha vida é no sítio. E por
isso a cisterna ajudou, mudou nosso destino”, completou a agricultora.
A história da vida da
agricultora Fátima Fernandes de Barros é a síntese do programa de cisternas da
ASA, como exemplificou a coordenadora da iniciativa. “Vivemos uma estiagem,
talvez a pior dos últimos 80 anos, mas com as cisternas, as pessoas não se veem
obrigadas a deixar o lugar onde nasceram”, decretou Glória Batista.
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Programas de Cisternas, mantidos com ajuda do governo federal, ajuda famílias do Nordeste e do Norte de Minas Gerais (Foto: Léo Drumond/Ascom ASA) |
G1 PB
Foto: Mônica Lourenço/Ascom ASAVeja mais notícias no www.saovicenteagora.com.br curta o Facebook AQUI siga o Twitter AQUI o canal do You Tube AQUI do São Vicente Agora e fique atualizado com as principais notícias do dia. Você também pode falar com a redação através do WhatsApp (83) 9 9347 4768
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