Uma agressão ganhou repercussão
nesta quarta-feira (17) na Paraíba. A vendedora Flávia Batista Florêncio,
moradora de Piancó, foi até a delegacia denunciar a violência sofrida por um
ex-companheiro. O delegado Rodrigo Pinheiro, que atendeu o caso, no entanto,
negou medida protetiva e questionou se as lesões não teriam sido sofridas por
um guarda-roupa ou queda de uma escada.
De acordo com a vítima, o
delegado sugeriu que ela se trancasse em casa caso não quisesse que algo de
ruim acontecesse. A falta de apoio das autoridades fez com que Flávia Batista
Florêncio entrasse com um pedido no Ministério Público.
"Quando eu cheguei à
delegacia, fiz todos os depoimentos. Um dia depois me ligaram para ir até lá
novamente. A primeira coisa que ele me perguntou foi se era o guarda-roupas ou
a escada. Não sei o motivo pelo qual ele fez essa pergunta. Quando você vai até
a delegacia, é porque alguma coisa aconteceu", contou Flávia.
Ainda segundo a vítima, policiais
negaram ajuda logo após a agressão. "Eu cheguei em casa com a minha amiga
e ele (ex-companheiro) entrou batendo em mim. Foi rápido, não me lembro de tudo
e desmaiei. Minha amiga discou para o 190 e ninguém atendeu na hora. Ela correu
até uma viatura que estava em um estabelecimento próximo, mas o policial disse
que tinha que procurar a delegacia. Ela ligou para o Samu. Quando eu acordei, o
Samu já estava na minha casa me atendendo", completou.
Também em contato com a
reportagem, a promotora de defesa da mulher de João Pessoa, Rosane Araújo,
afirmou que as autoridades deveriam ter tomado medidas protetivas e acreditar
na voz da vítima para evitar qualquer tipo de violência.
"A mulher não tem direito de
representação neste caso de explícita violência. Se fosse uma ameaça, a vítima
teria que externar, mas, como foi agressão, o delegado tem que fazer o
inquérito e a concessão de medidas protetivas para afastar o agressor da
vítima", afirmou.
Ainda segundo a promotora, o
ideal seria o delegado se afastar do caso.
"O delegado não tem que ter
opinião. Ele faz o laudo, escuta as testemunhas. A fala da mulher é
preponderante, ainda mais com testemunha. O certo era ele (delegado) se afastar
agora que o caso ganhou repercussão", completou.
Após a repercussão do ocorrido, a
delegacia da mulher da Paraíba procurou a vendedora e assumiu o caso. Segundo a
vendedora, foi expedida uma medida protetiva, além de um encaminhamento
psicológico.
O delegado Rodrigo Pinheiro,
responsável pelo caso, disse que tem duas linhas de investigação e a vítima não
corre perigo, por isso não concedeu medida protetiva contra o suposto agressor.
Perguntado a respeito do tratamento dado à denunciante da agressão, o delegado
não respondeu à reportagem. O ex-companheiro de Flávia Florêncio também foi procurado,
mas preferiu não comentar o assunto.
De acordo com a mãe da vítima,
Neumã Batista, a filha tinha sido agredida pelo ex-companheiro com socos na
cabeça, sendo atingida no olho. Ao ir até a delegacia registrar a agressão, a
vítima diz ter recebido tratamento irônico.
Noventa e sete mulheres foram
assassinadas na Paraíba em 2016, de acordo com dados da Secretaria de Estado da
Segurança e da Defesa Social (Seds). O levantamento do Núcleo de Análise
Criminal e Estatística (NACE) calculou os Crimes Violentos Letais Intencionais
(CVLI) contra mulheres de 2011 a 2016 e registrou uma queda de 33,5% no
período. Em 2011, foram 146 mulheres assassinadas.
Já os dados levantados pelo
Centro da Mulher 8 de Março, registram uma queda de 45,6% nos homicídios de mulheres
de 2012 (127) para 2016 (69). Comparando 2016 com o ano anterior, os homicídios
caíram 4%, de 72 para 69. Desconsiderando os casos relacionados ao tráfico, a
diminuição foi de 24% tanto no acumulado dos cinco anos quanto de 2015 para
2016, de 50 para 38 homicídios.
UOL/Paraíba
Foto
reprodução ParaíbaVeja mais notícias no www.saovicenteagora.com.br curta o Facebook AQUI siga o Twitter AQUI o canal do You Tube AQUI do São Vicente Agora e fique atualizado com as principais notícias do dia.
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